terça-feira, 8 de março de 2011

ESCOLHAS

Havia pensado estar certa em tantas coisas,
que resolvi as deixar de lado.
No que vou demonstrar apego agora?
No que não tenho...
No que não quero...
No que escolhi querer.
Algo que vai preencher esse vazio,
falta moldar as necessidades.
Escrevo o que não entendo.
Leio o que não preciso.
Busco o que resolvi querer.
Quero o que nunca precisei.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Vou te esquecer, quando a arte for esquecida
de forma que sua beleza sejam apenas
palavras de pensadores,
você é minha filosofia.
Vou te procurar quando precisar de consolo,
mas aí vou ver que você não serve pra mim,
estar ao seu lado não me faz prestar atenção
no que você diz, isso não me consola.
Vou te ouvir quando o telefone tocar,
mesmo o silêncio de sua respiração conheço,
não precisa dizer nada...
Vou te fazer correr, parar, sorrir, chorar.
Falar verdades ocultas, mentir para vizinhos
aceitar seus carinhos,
vou sem medos e culpas te aceitar.
Como sempre, vou te convencer
beber o vinho de seus lábios,
pedir perdão, viver esta paixão,
em seus braços amanhecer.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SORRISOS, PALAVRAS, SOBRENOMES

Encobrir a felicidade
não buscar o que quero
ter o que nunca foi meu
sonhar um sonho já sonhado
viver sua vida agitada
acreditar nas suas mentiras,
até aquelas que ainda não contou.
Seguir só, sem rumo
te ver por um segundo
te desejar em um suspiro
sentir saudade do que não vivi
saber que mais uma vez igual
apenas passei levando olhares.
Ver naquele espelho
que nem agora disfarçamos,
e na vida que escolheu
não poderei sobreviver.
Tudo é sangue, tudo é vinho
junto às pedras do caminho.
É dor, é a nossa vida,
é a única coisa realmente nossa.
Procurei seu sorriso,
em outros lábios.
Encontrei as mesmas palavras
em outros vocabulários.
Não queira explicar meus erros,
apenas não me deixe errar,
não sem você.
Sorrisos, palavras, sobrenomes,
tudo tão igual, tão comum.
Ainda moro na mesma rua,
confundo meus pensamentos
que nunca foram certos.
Comecei a escrever com você na mente,
e agora que termino, sinto muito
vivi nossos sonhos em outra noite.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SEM RUMO

Sei que não há ontem
talvez amanhã
seja tarde pra ceder
e lamentar o hoje
que virou um verso
que não vivi.
No resumo da minha vida
escrevi mais do que fiz,
nas palavras que travei
havia algum sentimento?
Sem sentido,
sem razão,
sem rumo.
Não paro e não sei onde vou
nenhum porque, nenhum perdão
e meu rumo se perde
entre meus pés
e os passos que darei.
Sem sentido,
sem razão
sem rumo...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

PRETÉRITO IMPERFEITO

Não tenho nada pra deixar
Vou escrever meu testamento
Pedindo pra que meu corpo
Alimente os vermes
Enquanto minhas loucuras
Alimentarão os sorrisos
Dos que me conheceram
Alimentarão as vaidades
Das meninas indecisas
Alimentarão as lembranças
Daqueles com quem menti
Não vou pro mar
Vou pro abstrato
Ficar num porta-retrato
E verás minha sombra
Quando for embora
Na esquina da sua rua
Na sua casa na esquina
E como não tenho nada
Nem mesmo ninguém
Pra deixar as palavras do nosso caso
Que não passou de acaso, de mero devaneio
Terás que me esquecer
Mesmo não tendo do que lembrar
Azar no jogo, azar no amor
Se te esquecer, seja como for
Agora vou lutar, mas já perdi a guerra
Você não passa de quimera
Seu pobre olhar sedento, sempre me pediu
O que num momento, você me negou
Vou te esperar
Na esquina em que não passa
No mesmo banco, em outra praça
No fim da noite, voltarei embora sozinha
Pedindo pra que a vida nos perdoe
-Pelos erros que não cometemos
-Pelos olhares que trocamos
-Pelos braços que seguramos
-E por cada esquina que dobramos
Sem olhar atrás
Entramos em casa
Voltamos pros braços
De quem nos aprisiona
Não escutamos quem nos telefona
Mas no meio da noite acordamos
Tentando acreditar que poderia ser real
Esse amor jovem, demente
Largando quem não tenho
Pra ficar com quem não mereço

domingo, 16 de janeiro de 2011

FIM E RECOMEÇO

Deixa que eu conto
nossa história
que dessa vez
nem mesmo
passou de memória.
Deixa de brincadeira
de objetivos
faz desses momentos
o que tiver que ser.
Deixa que amanhã
eu esqueça e depois
viva na busca
das memórias de ontem.